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Arte
Alvalade

Alvalade

O revestimento desta estação constitui um exemplo notável de ilusão volumétrica. Sobre um plano de base de azulejos em tom matizado de manganês, Maria Keil desenha ornamentos que se desenvolvem verticalmente em meandros e que, graças à gradação da cor, do branco ao lilás, ganham volume destacando-se do plano de fundo. Por vezes, o mesmo ornamento é apresentado sobre um fundo lilás claro, como se visto através de aberturas praticadas nas paredes.

A intervenção plástica integrada na renovação/ampliação da estação Alvalade ficou a cargo da artista plástica Bela Silva tendo a produção sido efetuada na Fábrica Viuva Lamego.

Os registos que se extraem após uma leitura do novo espaço da estação traduzem uma intervenção que se estende por uma nova área de 300 m2 de azulejos pintados à mão recorrendo a técnica majolica. O tema transposto para a “tela” são as mulheres, os animais, o jogo de sedução.

A artista revela-nos que alguns pormenores são inspirados na história tradicional portuguesa “O MACACO DO RABO CORTADO, que do rabo fez navalha, da navalha fez sardinha … que aparecia no nosso livro da primária”.

Assim num dos painéis aparece o macaco desconfiado a olhar para a tesoura e a sardinha. Noutro painel, o tema da noite, simbolizado pelo mocho, bicho misterioso, um voyeur silencioso. No painel de maiores dimensões as meninas jogam à belle epoque.

Da leitura global resulta a intenção assumida pela artista que «esta» arte pública interaja com o público e estimule o imaginário coletivo. Resulta bem uma intensidade apelativa de painéis com cores fortes e alegres e que contam histórias.

Arquitetura

Dinis Gomes, 1972
Sanchez Jorge, 2006 e 2007

Arte

Maria Keil, 1972
Bela Silva, 2006
Maria Keil, 2007