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Arte
Chelas

Chelas

Em termos arquitetónicos a estação carateriza-se pela existência de um átrio único a meio da nave que se desenvolve, transversalmente a esta, por cima do nível dos cais aos quais se liga por meio de escadarias. Esta disposição proporcionando um atravessamento da linha, sobre a qual abre dando ao conjunto uma agradável sensação de amplidão, permite, por outro lado, a ligação do átrio à superfície em excelentes condições de captação de passageiros. Num dos lados do átrio existe um “poço de luz” que, partindo da laje de cobertura do átrio, vai até à superfície permitindo a entrada de luz natural deixando perceber a ligação e proximidade do exterior.

Há ainda a salientar como elemento inovador, o fato de existirem nesta estação instalações técnicas localizadas nos topos longitudinais da estação apresentando janelas para o interior da nave. Essas paredes dos topos dos cais, foram ornamentadas com uma segunda parede em pedra lioz, ligeiramente afastada da parede original e inclinada para o interior da estação, apresentado aberturas assimétricas, mais ou menos ao nível das janelas da parede original, conferindo ao todo um efeito de cénico.

Ao nível do cais a marcação da faixa de proteção (faixa amarela) foi reforçada pela introdução de pontos luminosos (fibras óticas) integrados em elementos metálicos, acentuando a informação da zona, não só aos deficientes visuais como também aos deficientes auditivos (através da mudança de cor dos pontos luminosos).

A intervenção plástica de Jorge Martins constitui um trabalho de grande vulto já que implicou a conceção do revestimento de, praticamente, toda a área da estação, tendo mesmo sido revestidas a azulejo as colunas. Tendo em conta que a estação foi concebida como um grande espaço aberto com plena comunicação visual entre o átrio e os cais, o duplo pé direito daí resultante proporcionou ao artista grandes superfícies de alçados para desenvolver o seu trabalho, os painéis para aí criados têm como novidade o fato de terem sido trabalhados em volume, este efeito estético foi reforçado por iluminação própria.

Com efeito existe nesta estação uma perfeita integração entre a arquitetura e a intervenção plástica, não conseguindo por vezes o olhar do leigo destrinçar onde acaba uma especialidade e começa a outra.

Arquitetura

Ana Nascimento, 1998

Arte

Jorge Martins, 1998