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Arte
Cidade Universitária
Estação Avenida: Acesso às Ruas de Sta. Marta e de São José (junto ao Teatro Tivoli) encerrado para trabalhos de conservação e reabilitação.
28 de março (5ª feira): Centro de Atendimento encerra às 14h e o Posto de cobrança de coimas encerra às 12h30 devido a tolerância de ponto.
Estação Saldanha I (linha Amarela): acesso nascente do átrio sul encerrado, devido a trabalhos.

Cidade Universitária

O painel “Le Métro” constitui o elemento central de toda a intervenção plástica desta estação, é uma transposição para azulejo, por Manuel Cargaleiro, de um guache de Vieira da Silva datado de 1940 inicialmente denominado “Abrigo Anti-Aéreo”. Esse guache é hoje propriedade do Metropolitano de Lisboa que o cedeu para figurar na exposição permanente do museu da Fundação Arpad Szènés-Vieira da Silva. Trata-se de uma obra do período em que a pintora viveu no Brasil, durante o qual o terrível conflito que se vivia na Europa influenciou de forma decisiva a sua produção artística, inaugurando um novo ciclo criativo, designado pelos críticos como ciclo dos temas de pânico.

O painel “Le Métro” representa um aglomerado de pessoas que se refugiaram no metropolitano de Paris para escapar aos bombardeamentos. Pretendeu Vieira da Silva retratar simbolicamente uma multidão com a sua heterogeneidade inerente. Multidão anónima onde, no entanto, colocou algumas figuras que se podem identificar. Assim vejamos: uma figura vestida à maneira do Renascimento, talvez Damião de Góis, outra, envergando uma toga clássica, talvez Sócrates de quem citou uma frase colocada em diversos locais da estação, outra ainda, um personagem com uma máquina de escrever, que segundo o seu biógrafo Guy Weelen, seria Mário de Sá Carneiro de quem a artista, enquanto pintava, recordara um verso (“Via o meu braço valsar nos salões do vice-rei”).

No topo superior esquerdo o autorretrato de Vieira frente ao de Arpad. O painel está assinado com o “petit-nom” que Arpad carinhosamente lhe tinha dado -Bicho- com o qual, durante um período da sua vida, assinou algumas obras. A composição encontra-se estruturada num fundo de malha quadrangular, a sugerir por si só um painel de azulejos, a noção de fragmentação é usada para acentuar a enorme coerência estética. Da visão do conjunto emana uma sensação de cáracter enigmático.

Quase toda a restante criação plástica da estação deriva deste painel central. Algumas das figuras foram destacadas e colocadas isoladamente ao longo dos cais, também foram retiradas pequenas figuras tais como peixes, sóis, punhais, letras, que foram agrupadas em paineis de azulejos, como figuras avulsas. Nos topos das plataformas surgem paisagens urbanas de pendor abstratizante, manchas de casario denso, representando a imagem dos bairros antigos da cidade.

Duas frases aparecem, tanto ao longo dos cais como ao longo dos espaços de ligação, são elas: “Não sou ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo” de Sócrates e “Se eu não morresse nunca! e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!” de Cesário Verde, frases estas que dizem muito do seu percurso existencial, da sua atitude perante a vida e da intensa exigência para com o seu trabalho.

No espaço do átrio das bilheteiras e corredores de acesso, grandes corujas e olhos, símbolos do Conhecimento, da Sabedoria e da Razão em ligação temática com o local, esses grandes olhos são também um “ex-libris” de Vieira da Silva.

No exterior da estação, encontra-se um painel que representa Lisboa antiga, que foi doado à cidade por ocasião do trigésimo aniversário do Metropolitano de Lisboa.

Arquitetura

Sanchez Jorge, 1988

Arte

Vieira da Silva
(transposição para azulejo por Manuel Cargaleiro), 1988