fbpx
Arte
Rossio
Estação Saldanha I (linha Amarela): acesso poente do átrio sul encerrado, devido a trabalhos.

Rossio

Em termos artísticos, a produção do revestimento passou pela utilização da técnica da “corda seca”. As técnicas antigas do azulejo tinham caído no esquecimento, porque durante parte dos séculos dezanove e vinte a Arte do Azulejo perdera importância. É de salientar que, com esta série de composições para as estações do Metropolitano, Maria Keil recuperou muitas dessas tradições perdidas, tornando-se a principal impulsionadora do ressurgimento desta Arte.

O revestimento desta estação é composto por uma paleta de tons de azul e verde que constituem o fundo onde se inscrevem linhas que constituem uma teia base, conseguida através do aumento do espaço isolante da “corda seca”. A teia é por vezes interrompida pela inclusão de motivos em roseta em grupos de quatro azulejos.

O plano de expansão da rede em curso até 1999 integra a extensão das linhas entre os Restauradores e Santa Apolónia e entre Rossio e Cais do Sodré, eliminando o troço Rossio – Restauradores, criando duas linhas independentes com correspondência na estação dupla Baixa/Chiado. Durante os trabalhos de construção desta estação foram trazidos à luz do dia achados arqueológicos de grande interesse para o património cultural da cidade. Vestígios da cidade romana, da cidade moura e também dos edifícios pertencentes ao Hospital de Todos-os-Santos, mandado construir por D. João II, que ruiram com o terramoto de 1755. Todo este conjunto arqueológico foi devidamente estudado pelos Serviços Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, estando os achados arqueológicos expostos no Museu da Cidade. Uma importante página da História de Lisboa veio assim à luz do dia graças à construção do Metropolitano de Lisboa.

A remodelação da estação do Rossio inseriu-se neste empreendimento. O projeto arquitetónico é da autoria do Arq.º Leopoldo Rosa e a intervenção plástica resulta do trabalho conjunto dos artistas Artur Rosa e Helena Almeida.

Artur Rosa, pintor e escultor de orientação abstrata, de um geometrismo rigoroso de raiz cubista, concebeu para esta estação quatro grandes esculturas em aço, simétricas duas a duas, colocadas junto às escadas do átrio.

Helena Almeida, pintora de cariz abstratizante, concebeu para esta estação um friso em tons de azul com alguns apontamentos a amarelo, que percorrem as paredes ao longo das escadas de acesso à estação e restante átrio. O friso reentrante tem dupla moldura ao nível da parede e é composto por módulos de doze azulejos, apresentando cada um deles posturas corporais de figuras femininas em andamento, numa sucessão que produz uma sugestão de movimento acompanhando o percurso do passageiro.

Arquitetura

Falcão e Cunha, 1963
Leopoldo Almeida Rosa, 1998

Arte

Maria Keil, 1963
Artur Rosa, 1998
Helena Almeida, 1998